Filhote de toninha reabilitado e solto

Filhote de toninha reabilitado e solto

Em abril de 2015 recebemos o informe de que um filhote de toninha (Pontoporia blainvillei) vivo foi encontrado por banhistas em Peruíbe (SP), envolta em rede de pesca – vítima de captura acidental. O animal recebeu os primeiros cuidados ainda na praia e foi encaminhado para o Centro de Recepção e Triagem de Animais Marinhos (CETAS Flutuante), no Canal de Bertioga.

Esse foi, muito provavelmente, o caso mais emblemático da história do Instituto Gremar. Não só por se tratar da menor espécie de golfinho encontrada em território brasileiro sob ameaça de extinção, mas também pelo fato de que seus hábitos comportamentais ainda são pouco conhecidos.

Desfechos bem sucedidos de reabilitação em golfinhos são extremamente raros. Por serem animais que vivem submersos em ambientes marinhos, eles são bastante sensíveis à exposição solar e ao contato humano. Por isso, cada dia em que Pepê, como foi carinhosamente apelidada, passou com vida foi motivo de celebração para toda nossa equipe.

Seu estado clínico era grave. Pepê apresentava sinais de afogamento e lesões pelo corpo, por isso exigiu prontidão de nossa equipe 24 horas por dia. O processo de reabilitação durou 82 dias, contrariando os prognósticos, pois não havia histórico até então de sobrevivência da espécie em cativeiro. 

Devidamente recuperada, com boa natação e exames clínicos em condições ideais para retornar ao mar, ela se tornou o primeiro caso de soltura de um golfinho desta espécie. O tão esperado reencontro com seu habitat de origem deu-se próximo à Ilha de Queimada Grande, entre Itanhaém e Peruíbe, na Estação Ecológica dos Tupiniquins.

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